quinta-feira, 24 de março de 2011

A CERTEZA DA EXISTÊNCIA DE DEUS DENTRO DE NÓS

Jefferson Magno Costa
     A certeza da existência de um Ser infinito e perfeito foi colocada dentro do ser humano, criatura finita e imperfeita. Essa ideia que todos temos do Ser infinitamente perfeito é que nos faz reconhecer as imperfeições que existem em todas as criaturas, especialmente em nós.
     Pela ideia que temos acerca da existência desse Ser infinito, concluímos que nenhuma coisa, de todas quantas nos cercam, lhe é igual, e somos levados a distinguir o mal e o bem. Essa ideia é o testemunho da existência de Deus ecoando dentro de nós.
     Pois só Deus teria poder para colocar dentro do homem algo que é contrário à sua inclinação, algo que está acima de sua natureza, e é infinitamente superior ao seu entendimento.
     "Eis aqui o espírito do homem (escreveu o filósofo francês Fénelon): débil, incerto, limitado, cheio de erros. Quem tem posto a ideia do infinito e do perfeito em um ser tão limitado e tão cheio de imperfeições? Quem tem posto em mim essa ideia do infinito? Ela está em mim, mas não sou eu." (François de Fénelon. Demonstração da Existência de Deus. Porto, Tipografia de Manoel José Pereira, 1871, p. 83.)
    
ORAÇÃO ANTES DA MORTE
     A oração que se segue foi encontrada no bolso de um soldado norte-americano desconhecido. Ele tombou em pleno campo de batalha, estraçalhado por uma granada. Dele só havia restado, intacta em um de seus bolsos rasgados e ensanguentados, uma folha de papel contendo esta oração em forma de poema.
     Tendo sido um homem que antes jamais se preocupara com Deus ou com o destino de sua alma na eternidade, o que o teria levado a pensar no seu Criador horas antes de morrer, senão a voz da consciência, e o testemunho da Criação?


Escuta Deus:
Jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-te. Bom dia, como vais?
Sabes, disseram que tu não existes,
e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.


Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.


É engraçado: neste inferno hediondo causado pela guerra
achei a luz para enxergar teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
só que... que... tenho muito prazer em conhecer-te.


Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas...
Ah! é o clarim! Bem, Deus, devo ir-me embora.
Gostei de ti, vou ter saudades... Quero dizer:
será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater à tua porta!


Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas... sim, estou chorando.
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho que ir. Sorte é coisa bem rara.
Juro, porém: já não tenho medo da morte.


(Raimundo Cintra e Rose Marie Muraro. As Mais Belas Orações de Todos os Tempos. Rio de Janeiro. Livraria José Olímpio Editora, 2S edição, 1970, p. 139).


DESEJO DE ETERNA FELICIDADE
     Além de dentro do homem existir essa voz que reprova suas más ações, e a ideia de que acima de nós há um Ser superior e perfeito, devemos nos lembrar também que dentro de toda pessoa existe um desejo de total felicidade.
     Porém, conforme sabe muito bem a experiência humana, não é possível chegar-se à plena felicidade aqui na Terra. Deve existir então alguma coisa ou um Ser capaz de satisfazer essa sede de felicidade, pois a natureza não criaria algo impossível de ser atingido.
     Conclui-se, portanto, que a felicidade pela qual todos anseiam, existe. Não nas coisas criadas, e sim fora deste mundo há um Ser com totais poderes de satisfazer plenamente o desejo de felicidade dos seres humanos. Este ser é Deus.
     Foi ele quem colocou no coração do homem o desejo de felicidade eterna. É por esse motivo que o ser humano vive sempre faminto de algo que está além do mundo e muito acima dele mesmo.
     Na tentativa de satisfazer esse anseio, muitas vezes as pessoas mergulham nos prazeres que o mundo lhes oferece; porém, no fim de tudo elas sempre se sentem frustradas, e reiniciam sua busca de felicidade eterna, como um prisioneiro que mede todos os limites de sua prisão, e conta, com impaciência, todas as horas do seu exílio.
     O ser humano sempre buscará a Deus em todos os tempos, por todos os caminhos e no mais profundo de sua consciência. Porém, apesar de estar ciente de que a Natureza, além de o sustentar com suas dádivas e sua força, tem sido dominada em parte pela tecnologia e está a serviço da humanidade, o homem sabe que através dela não conseguirá descobrir qual é a finalidade de sua existência.
     Na própria sociedade onde vive, e na qual busca proteção, ele reconhece que corre o perigo de ser aniquilado. Nela, o ser humano também não conseguirá saber qual é a razão de sua vida.
     Se ele tivesse sido dotado de poderosas asas que lhe permitissem voar, certamente seu desejo de desvendar o Mistério o conduziria às moradas do Altíssimo, às regiões superiores onde vive Aquele que exerce domínio sobre todas as coisas.
     Sua consciência lhe diz que há um Deus soberano, oculto na obscuridade do Mistério, mas sua inteligência limitada, finita, não pode chegar até ele. O escritor francês Littré expressou esse desejo e essa insatisfação do ser humano ainda não alcançado pela graça, ao escrever:
    "O Absoluto, o Infinito é como um oceano que vem bater às nossas praias, para o qual não temos nem barcos nem asas."
     Porém, esse "barco", essas "asas" sobre os os quais fala Littré poderão ser dados ao homem por Jesus Cristo. Ele é a maior revelação de Deus à humanidade, a única resposta a todos os anseios do ser humano, o único caminho que conduz a Deus: "... Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim", disse Jesus (João 14.6).
     Deus fez uso de vários meios para testemunhar de sua existência ao ser humano, porém, de nenhum desses meios ele fez um caminho de salvação, a não ser através de seu Filho Jesus Cristo. Encerramos este artigo citando a bela oração do escritor inglês Martineau (1802-1876):
     "Ó Deus, que és, que eras e que hás de ser, perante as gerações que se levantam e passam; de geração em geração os vivos te buscam, e sabem que tua fidelidade não tem fim. Tu, fonte única da paz e da justiça, tira o véu de todo o coração, e une a todos nós em verdadeira comunhão com os teus profetas e santos, que confiaram em ti e não foram decepcionados..." (Citado por Leonel Franca, in O Problema de Deus. 2a. edição, Rio de Janeiro, Livraria Editora Agir, 1955, p. 58.)
     Jefferson Magno Costa

2 comentários:

  1. Shalom!

    Penso que a frase de G.K. Chesterton cai como uma luva em seu ótimo texto:

    "Se Deus não existisse, não haveria nenhum ateu"

    att, Pr Marcello

    P.s>> Veja o texto: As 5 hipóteses da estrela de Belém

    www.davarelohim.com.br

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  2. Frase muito oportuna, prezado pastor Marcelo. Só poderia ter sido produzida por uma inteligência perspicaz e aguda como a de Chesterton, que foi o flagelo dos ateus e o campeão dos debates apologéticos em defesa da Bíblia e da fé cristã. Marcelo, li seu artigo sobre a estrela de Belém, e o achei muito bom. Um abraço, Pr. Jefferson

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