sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

DOCUMENTOS ANTIGOS CONFIRMAM A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO NO MUNDO

Jefferson  Magno Costa 

A CARTA DO GOVERNADOR ROMANO PLÍNIO, O MOÇO


     Além do que ficou registrado em Atos dos Apóstolos sobre as conversões de milhares de pessoas a partir do Dia de Pentecoste (At 2.41), conversões essas que aumentavam dia a dia (At 4.4,5,14), dispomos de documentos que nos foram deixados pelos escritores da Igreja Primitiva, e por pessoas não convertidas ao Evangelho, como o governador romano Plínio, o Moço. O assunto dessa carta foi os cristãos, que deveriam ser julgados pelo crime de haverem professado a fé em Jesus Cristo. Diz Plínio ao imperador Trajano:
     "Muitos, de todas as idades, sexo, posição social, deverão comparecer perante o tribunal. O contágio desta superstição dilatou-se não apenas pelas cidades, mas também pelas aldeias e pelos campos, levando ao esvaziamento dos templos dos deuses", cofessa o governador. Tal foi o impacto do cristianismo, desde a sua origem!

JUSTINO, O MÁRTIR, E SUA APOLOGIA
     Ao escrever, no ano 150 d.C., sua primeira Apologia (documento de defesa), o escritor Justino, o mártit, dedicou esse trabalho em defesa dos cristãos “pertencentes a todas as raças”, conforme ele se expressou. Em outro de seus livros, intitulado Diálogo com o Judeu Trifão, Justino afirma que “não há raça, ou grega ou báarbara... da qual não subam orações e ação de graças ao Pai e Criador, em nome de Jesus crucificado.”

TESTEMUNHO DE IRINEU, BISPO DE LIÃO
     No final do II Século, o pastor Irineu confirmou no seu livro Contra as Heresias a existência de muitas igrejas na Germânia, Espanha, Gálias, Egito, Líbia e outros lugares, e acrescentou: “Como o sol é um e idêntico em todo o mundo, assim a pregação da verdade resplandece em toda parte e ilumina todos os homens que querem chegar ao conhecimento da verdade.”

O TESTEMUNHO DO JURISCONSULTO ROMANO CONVERTIDO AO CRISTRIANISMO TERTULIANO
     Por volta do ano 200 d.C., ao escrever sua Apologia Contra os Gentios (em defesa dos cristãos), Tertuliano afirmou ao Senado de Roma: “Somos de ontem e já enchemos o mundo e todos o vosso império, cidades, ilhas, aldeias, municípios, assembléias, quartéis..., o palácio, o senado, o foro; só não quisemos ocupar os vossos templos.”

CARTA DO IMPERADOR MAXIMINO
     Encerramos esta série de documentos com a carta do Imperador Maximino Daia, dirigida a Sabino, no início do IV século d.C., e reproduzida por Eusébio de Cesaréia em sua clássica e famosíssima História Eclesiástica, mostrando o quanto o Evangelho havia penetrado no mundo daquela época: “...Os nossos senhores e pais Diocleciano e Maximiniano deram-se conta que quase todos os homens, abandonando o culto dos deuses imortais, entregaram-se à seita dos cristãos.”
     Os lábios dos que já provaram o gosto da salvação têm a responsabilidade de apresentar, em circunstâncias as mais diversas, as provas da grandiosidade, propagação e autenticidade do cristianismo.
Jefferson Magno Costa

domingo, 26 de dezembro de 2010

ESCRITORES ROMANOS DO PRIMEIRO SÉCULO DÃO NOTÍCIAS HISTÓRICAS SOBRE JESUS

Jefferson Magno Costa

O MAIS IMPORTANTE HISTORIADOR ROMANO DO TEMPO DOS CÉSARES FALA SOBRE JESUS
Historiador Cornélio Tácito
     O historiador romano Cornélio Tácito, nascido no ano 55 e falecido no ano 120 depois de Cristo, consultou durante muitos anos os documentos existentes nos arquivos do Senado Romano, e quando já dispunha de um farto material, escreveu dois livros: um, intitulado História, e outro, intitulado Anais.
     A importância deste último livro e a autoridade do historiador são hoje reconhecidas no mundo inteiro. No 15º livro dos Anais, a partir do parágrafo XXXVIII, Tácito começa a narrar o terrível incêndio que quase destruiu totalmente Roma no ano 64 d.C.
     Após descrever magistralmente o sinistro, o historiador diz que entre os escombros fumegantes, em meio às centenas de cadáveres e milhares de pessoas chorosas e desabrigadas, começou a se espalhar a notícia de que fora o próprio Nero que mandara incendiar a grande capital do Império Romano.
Nero ateou fogo em Roma e culpou os cristãos
     Além do mais, durante o incêndio, alguém tinha visto Nero tocando sua lira e cantando um hino cuja letra falava da destruição, também pelo fogo, da antiga cidade de Tróia. À luz da metrópole devorada pelas chamas, o sanguinário imperador Nero delirava de satisfação diabólica! Um murmúrio de vingança começou a se espalhar entre o povo.
     Ao saber que a suspeita pesava sobre seu nome, e temendo que a multidão se revoltasse e marchasse contra ele para matá-lo, Nero, o imperador incendiário, “mandou então abrir o campo de Marte, os monumentos de Agripa, e até os seus próprios jardins. Armaram-se barracas às pressas para recolher a gente mais pobre; mandaram vir de Óstia e outros municípios vizinhos todos os móveis necessários; regulou-se a venda do pão pelo preço mais baixo”. (Anais. Parágrafo XXXIX).
     Após citar outras frustradas tentativas de Nero de acalmar e tapear o povo, Tácito escreveu as seguintes palavras conclusivas e de imenso valor para nós, pois fazem referência à existência dos cristãos primitivos e, principalmente, faz menção de Jesus Cristo:
Cristãos sendo mortos
e incendiados por ordem
de Nero no Coliseu Romano  
     “Mas nem todos os socorros humanos, nem as liberalidades do imperador, nem as orações e sacrifícios aos deuses podiam diminuir o boato infamatório de que o incêndio não fora obra do acaso. Assim Nero, para desviar de si as suspeitas, procurou achar culpados, e castigou com as penas mais horrorosas a certos homens que, já dantes odiados por seus crimes, o vulgo chamava cristãos.
     “O autor desse seu nome foi Cristo, que no governo de Tibério foi condenado ao último suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. A sua perniciosa superstição, que até ali tinha estado reprimida, já tornava a alastrar-se não só por toda Judéia, origem deste mal, mas até dentro de Roma, aonde todas as atrocidades do Universo, e tudo quanto há de mais vergonhoso vem enfim acumular-se, e sempre acham acolhimento.

Leões sendo soltos para devorar
cristãos no Coliseu Romano
      "Em primeiro lugar se prenderam os que confessavam ser cristãos, e depois, pelas denúncias destes, uma multidão inumerável, os quais, além de terem sido acusados como responsáveis pelo incêndio, foram apresentados como inimigos do gênero humano.
     “O suplício destes miseráveis foi ainda acompanhado de insultos, porque ou os cobriram com peles de animais ferozes para serem devorados pelos cães, ou foram crucificados, ou os queimaram de noite para servirem como archotes e tochas ao público.
     "Nero ofereceu os seus jardins para este espetáculo, e ao mesmo tempo dava-se os jogos do Circo, misturado com o povo em trajes de cocheiro, ou guiando carroças. Desta forma, ainda que culpados e dignos dos últimos suplícios, mereceram a compaixão universal por se ver que não eram imolados à utilidade pública, mas aos passatempos atrozes de um bárbaro.” (Tácito. Anais. Tradução de J.L. Freire de Carvalho. W.M. Jackson Inc. Rio de Janeiro. 1950. pp 405-409).

MULHER DA ALTA SOCIEDADE ROMANA DO TEMPO DE NERO ACEITA JESUS COMO SALVADOR
     O interessante é que, além desse preciosíssimo e assombroso testemunho sobre a existência histórica de Cristo deixado por esse mundialmente conceituado historiador romano, Tácito deixou também em seu livro Anais outro importante registro relacionado com o cristianismo, quando falou do julgamento de uma mulher pertencente à alta sociedade romana, chamada Pompônia Grecina.

Pompônia Grecina
      Essa mulher foi acusada de ter passado a fazer parte do número de pessoas que praticavam “uma superstição importada”. Hoje, sabemos que essa “superstição importada” não era outra coisa senão o cristianismo.
     Além do mais, foram descobertas nas Catacumbas de Roma inscrições datadas do século III, fazendo referência à família Pompônia (gens pomponia), com vários de seus membros convertidos ao cristrianismo.
     Numa sociedade apodrecida pelo pecado, amante de inúmeros vícios e propagadora da degradação em todas as camadas sociais, a súbita mudança no comportamento de Pompônia Grecina causou espanto a todos os que a conheciam. Ora, que força, que motivo, que poder haveria de mudar completamente o comportamento de uma mulher depravada da Corte de Nero, senão a poderosa e transformadora atuação de Jesus Cristo no mundo romano, cuja mensagem evangélica havia sido recentemente levada para lá pelos primeiros cristãos?
     Eis o importante registro de Tácito, cujo olhar de historiador não teve penetração suficiente para ver na mudança de comportamento daquela mulher um sinal de sua conversão ao cristianismo; viu tão-somente naquela mudança um luto pela morte de Júlia, filha de Druso:
     “Pompônia Grecina, dama da alta sociedade (esposa de Aulo Plácio, que fez jus, como já mencionado, à vocação com sua campanha contra a Grã-Bretanha), foi acusada de aderir a uma superstição importada; o próprio marido a entregou; segundo precedentes antigos, apresentou aos membros da família o caso que envolvia a condição legal e dignidade da esposa.
     "Esta foi declarada inocente. Pompônia, porém, passou a transcorrer sua longa vida em constante melancolia; morta Júlia, filha de Druso, viveu ainda quarenta anos trajando luto e fartando-se de tristeza. Sua absolvição, ocorrida em dias de Cláudio (Nero), veio a ser-lhe motivo de glória.” (Anais. Livro XIII. Parágrafo XXXII. Citamos o texto reproduzido por Henry Betenson, em Documentos da Igreja Cristã. Trad. Helmuth Alfredo Simon. Aste. São Paulo. 1967. P.26).

SUETÔNIO E O I TROCADO PELO E NO NOME DE CRISTO
     Outro historiador romano que fez duas importantes referências históricas a Jesus Cristo foi Caio Suetônio Tranquilo (69-141 d.C.). Ele foi, ao mesmo tempo, militar e escritor.

A Vida dos Doce Césares, de Suetônio
       Ingressando na vida política, tornou-se senador. Nas horas vagas, Suetônio dedicava-se à pesquisa histórica, ao estudo dos costumes romanos, e como produto de suas pesquisas escreveu oito livros, dos quais só um chegou até nós: A Vida dos Doze Césares. Neste livro, Suetônio afirma que o imperador Tibério “expulsou de Roma os judeus que viviam amotinados por incitamento de Cresto”.(A Vida dos Doze Césares. Trad. Sady Garibaldi. Atena Editora. São Paulo. 3º Ed. 1950.)
     Ora, esses judeus eram os primeiros cristãos; eles haviam abandonado o judaísmo após aceitarem a pregação dos apóstolos, e Cresto não era outro senão Cristo. Não muito bem informado acerca do cristianismo, o historiador Suetônio escreveu erradamente o nome de Cristo, e supunha que o próprio Jesus (e não os apóstolos) estivera pessoalmente em Roma, “influenciando” os cristãos a se entregarem à prática de uma religião contrária ao paganismo romano.
     Essa expulsão registrada por Suetônio ocorreu nos dias do imperador Tibério Cláudio Druso, e coincide com o que ficou registrado em Atos 18.2: “Lá (Paulo) encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles.”
     Ao falar sobre a vida do sucessor de Tibério, que não foi outro senão o satânico Nero Cláudio César, Suetônio torna a fazer referência aos cristãos (e indiretamente, ao originador dos cristãos, Jesus Cristo), confirmando assim o que já havia sido registrado por Tácito. Diz Suetônio que, sob o reinado de Nero, “aos cristãos, espécie de homens afeitos a uma superstição nova e maligna, infligiram-se-lhes suplícios.” (Idem, p.280).
     Todos esses documentos, apresentados até agora são mais do que suficientes para fazer silenciar todas as satânicas insinuações de que Jesus Cristo nunca existiu. Que mito, que fantasma, que figura lendária seria capaz de levar milhares de pessoas a morrerem por não negarem o seu nome? Os judeus ou cristãos daquela época teriam criado uma lenda, a fim de morrerem por ela? De modo algum.
     A impressão, as marcas e a fé que Jesus deixou em suas almas tornaram-se cada dia mais vivas, e ninguém as conseguiu apagar. Tentativas não faltaram, como a do governador da Bitínia, cidade da Ásia Menor, autor da terceira fonte de referência histórica aos cristãos (e, consequentemente, a Jesus Cristo, pois não teriam surgido os cristãos se Cristo não tivesse sido uma pessoal real, histórica). Esse governador chamava-se Plínio, o Moço.

PLÍNIO, GOVERNADOR ROMANO, FALA SOBRE OS CRISTÃOS
    No ano 112 d.C., o político romano Plínio, o Moço (62-113) (ele era conhecido como “o Moço”, pois havia um Roma outro Plínio, o Velho, seu tio) enviou uma carta ao imperador romano, Trajano, pedindo-lhe orientações quanto ao tratamento que deveria dar aos cristãos que estavam sendo perseguidos e presos na região onde ele, Plínio, governava.
     Ora, naquela região viviam os “eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”,a quem Pedro destinou sua primeira epístola (1 Pedro 1.1). Devido à sua importância para a história do Cristianismo, e por ser um documento pouco conhecido pelos evangélicos brasileiros, transcreveremos a carta de Plínio integralmente, reproduzindo-a conforme ela se encontra no livro As Grandes Cartas da História, de autoria de M. Lincol Shuster (Trad. Manuel Bandeira. Companhia Editora Nacional. Rio de Janeiro, 1942. pp.37-39):
     “Adotei, senhor, como regra inviolável recorrer às vossas luzes em todas as minhas dúvidas; pois quem mais apto a remover os meus escrúpulos ou a guiar-me nas minhas incertezas do que vossa pessoa?
     "Nunca tendo assistido aos julgamentos de cristãos, ignoro o método e os limites a serem observados no processo e punição deles: se, por exemplo, alguma diferença deva ser feita com respeito à idade ou, ao contrário, nenhuma distinção se observe entre o jovem e o adulto; se o arrependimento admite perdão; se a um indivíduo que foi cristão aproveita retratar-se; se é punível a mera confissão de pertencer ao cristianismo, ainda que sem nenhum ato criminoso, ou se só é punível o crime a ela associado. Em todos esses pontos tenho grandes dúvidas.

Estátua de Plínio, o Moço
      “Por enquanto, o método por mim observado para com aqueles que me foram denunciados como cristãos tem sido o seguinte: pergunto-lhes se são cristãos; se confessam, repito duas vezes a pergunta, acrescentando uma ameaça de punição capital; se perseveram, mando executá-los; pois estou convencido de que, qualquer que seja a natureza do seu credo, uma obstinação contumaz e inflexível certamente merece castigo. Outros fanáticos dessa espécie me têm sido trazidos que, por serem cidadãos romanos, remeto para Roma.
     “Essas acusações, pelo simples fato de estar sendo o assunto investigado, começaram a estender-se, e várias formas do mal vieram à luz. Afixaram um cartaz sem assinatura, denunciando pelo nome grande número de pessoas. Aqueles que negaram ser ou ter sido cristãos, que repetiram comigo uma invocação aos deuses e praticaram os ritos religiosos com vinho e incenso perante a vossa estátua(a qual para este propósito mandei buscar juntamente com as dos deuses), e finalmente amaldiçoaram o nome de Cristo (o que não se pode arrancar de nenhum verdadeiro cristão), julguei acertado absorver.
     “Outros que foram denunciados pelo informante confessaram-se a princípio cristãos, depois o negaram; de fato, haviam sido cristãos, mas abandonaram a crença (uns faz três anos, outros há muito mais tempo, sendo que alguns há cerca de vinte e cinco anos). Todos prestaram culto à vossa estátua e às imagens dos deuses, e amaldiçoaram o nome de Cristo.
     “Afirmaram, contudo, que todo o seu crime ou erro se reduzia a terem se encontrado em determinado dia antes do nascer do sol, cantando então uma antífona (pequeno versículo cantado, antes ou depois de um salmo) como a um Deus, ligando-se também por solene juramento de não cometer más ações, e de nunca mentir e de nunca trair a confiança neles depositada; depois do que, era costume se separarem, e então se reunirem novamente para tomarem em comum algum alimento – alimento de natureza inocente (inofensiva).
     “Todavia, até esta última prática haviam abandonado após a publicação do meu edito, pelo qual, de acordo com as vossas ordens, proibira eu as reuniões políticas. Julguei necessário empregar a tortura para ver se arrancava toda a verdade de duas escravas chamadas diaconisas. Nada, porém, descobri, senão excessiva superstição.
     “Julguei por isso de bom aviso adiar qualquer resolução nesta matéria, a fim de pedir o vosso conselho. Porque o assunto merece a vossa atenção, especialmente se se levar em conta o número de pessoas em risco: indivíduos de todas as condições e idades, e dos dois sexos, estão e serão envolvidos no processo. Pois esta contagiosa superstição não se confina nas cidades somente, mas espalha-se pelas aldeias e pelos campos.
     "Todavia parece-me ainda possível detê-la e curá-la. Os templos, pelo menos, que andavam quase desertos, recomeçaram agora a ser frequentados, e as solenidades sagradas, após uma longa interrupção, são de novo revividas; e há geral procura de animais para os sacrifícios, para os quais até bem pouco tempo poucos compradores apareciam. Por aí é fácil imaginar a quantidade de pessoas que se poderão salvar do erro, se deixarmos a porta aberta ao arrependimento.”
     A importância desta carta como documento sobre as origens do cristianismo é reconhecida por todos os historiadores da Igreja, e vem sendo citada pelos escritores cristãos, desde o tempo do apologista de Tertuliano e o historiador Eusébio de Cesaréia.
      Sem ter sido esta a sua intenção, através desta carta, o governador Plínio nos forneceu um grandioso testemunho da propagação do cristianismo já no início do Século II. É um precioso documentário sobre a fé e a maneira como se reuniam em culto, e como eram perseguidas as primitivas comunidades cristãs.
     As dificuldades que nossos irmãos da Igreja Primitiva enfrentavam em todas as regiões dominadas pelo Império Romano eram tremendas. Além de serem acusados de ateus(!) por não cultuarem os deuses romanos, três outras grandes acusações pesavam sobre os cristãos: a de praticarem infanticídio (assassinato de crianças), canibalismo (comer carne humana), e incesto (relação sexual entre parentes). Um apologista cristão daquela época, chamado Atenágoras, escreveu no seu livro Legação em Favor dos Cristãos: “Somos acusados de três coisas: ateísmo, comermos nossos próprios filhos e haver entre nós relações sexuais entre filhos e mães.”

A RESPOSTA DO IMPERADOR TRAJANO


Imperador Trajano
     O interessante é que esta carta de Plínio não ficou sem resposta. O imperador Trajano, que reinou de 98 a 117, respondeu a carta de Plínio, aconselhando o Governador da Bitínia a agir com prudência no trato com os cristãos. Eis a resposta do Imperador, conforme se encontra no livro Documentos da Igreja Cristã (p.30):
     “No exame de denúncias contra feitos cristãos, querido Plínio, tomaste o caminho acertado. Não cabe formular regra dura e inflexível, de aplicação universal. Não se pesquise. Mas se surgirem outras denúncias que procedam, aplique-se o castigo, com essa ressalva de que se alguém negar ser cristão e, mediante a adoração dos deuses, demonstrar não o ser atualmente, deve ser perdoado em recompensa de sua emenda, por muito que o acusem suspeitas relativas ao passado. Não merecem atenção panfletos anônimos em causa alguma; além do dever de evitarem-se antecedentes iníquos, panfletos anônimos não condizem absolutamente com os nossos tempos.”
     Se Cristo não tivesse sido uma pessoa real, histórica, estas duas cartas não existiriam hoje, pois não haveria cristãos no mundo para motivá-las.

O IMPERADOR ADRIANO DEMONSTRA PREOCUPAR-SE COM A SITUAÇÃO DOS CRISTÃOS
     De 117 a 138, o Império Romano teve Adriano como imperador. Durante o seu reinado, esse soberano fez duas referências aos cristãos. A primeira delas foi em uma carta que ele dirigiu a Minúcio Fundano, que por volta do ano 125 d.C. era proconsul na Ásia.

Imperador Adriano
      Em sua carta, Adriano deu instruções ao proconsul sobre a maneira como deveriam ser tratados os cristãos, que em todas as regiões dominadas pelo Império Romano continuavam sendo denunciados, perseguidos, presos, e muitos deles mortos. Eis a carta, conforme foi divulgada pelo historiador Eusébio no capitulo 9 do livro IV de sua Historia Eclesiástica:
     “Elio Adriano Augusto, a Minúcio Fundano, proconsul, saúde. Recebi cartas dirigidas a mim por Serênio Graniano, varão esclarecido, teu antecessor. Certamente parece-me que este assunto não deve ser tratado de qualquer maneira, sem um exame criterioso, para que os cristãos não sejam perturbados, e para que não se dê aos delatores ocasião de caluniar.
     "Portanto, se os habitantes das províncias podem se fazer presentes em seus processos judiciais contra os cristãos, de tal modo que respondam diante do tribunal, procurem unicamente que não se use de petições e clamores. Porque será muito mais justo que tu descubras se alguém está só com a intenção de acusar. Se alguém denunciar os cristãos e provar que eles têm agido contra a lei, toma uma decisão contra os acusados conforme a gravidade do delito. Mas se, conforme estou suspeitando, o acusador pretender unicamente caluniar, tu lançarás mão dos meios para castigar (o acusador), conforme a gravidade do crime.”
     Foi uma atitude muito justa da parte desse imperador! Oito anos depois, Adriano tornou a fazer referências a Jesus e aos cristãos, quando escreveu ao cônsul Serviano. Adriano disse em sua carta que os egípcios eram pessoas superficiais, pois da mesma forma que trocavam Serápide (divindade egípcia) por Cristo, tornavam a trocar Cristo por Serápide.
Jefferson Magno Costa

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

AS MAIS IMPORTANTES REFERÊNCIAS HISTÓRICAS SOBRE JESUS EM FONTES JUDAICAS FORA DA BÍBLIA

Jefferson Magno Costa

     A primeira referência histórica sobre Jesus Cristo fora das páginas da Bíblia feita por um escritor não-cristão é de autoria do historiador judeu Flávio Josefo. Antes de citarmos as palavras de Josefo acerca do nosso Salvador no livro Antiguidades Judaicas, vejamos quem era esse historiador.
     “Não sou eu de baixa linhagem; sou descendente de sacerdotes”, diz Josefo sobre si mesmo em sua Autobiografia, inserida nas 50 primeiras páginas do seu outro livro Historia das Guerras de los Judios. (Traduzida do grego para o espanhol por Juan Martin Cordero. Editora Albatros. Buenos Aires. 1944. 2 volumes), que juntamente com o livro Contra Ápion completam as obras desse fariseu nascido no ano 37 d.C.
     No ano 66, Flávio Josefo comandou as tropas judaicas que combatiam os romanos na Galiléia, e durante a defesa da fortaleza Jotapata, viu essas tropas serem dizimadas até restar poucos homens. Não aceitando a proposta de suicidar-se com os judeus sobreviventes, Josefo rendeu-se e foi levado para o quartel general das tropas romanas que ocupavam a Palestina sob o comando de Vespasiano.
     Em 69 d.C., Vespasiano voltou para Roma e lá foi proclamado imperador, deixando seu filho Tito com o comando das tropas romanas que no ano seguinte (70 d.C.) destruíram Jerusalém.
Josefo foi conduzido para Roma, e lá, após tornar-se um dos protegidos do imperador Vespasiano, escreveu o livro Antiguidades Judaicas, onde se encontram duas referências a Jesus.
     A primeira delas acha-se no livro XVIII, capítulo IV, parágrafo 772 das Antiguidades. Após falar sobre uma revolta dos judeus contra Pilatos, ocorrida no ano 27 d.C., por esse ter pretendido vender peças do tesouro do Templo para levantar recursos financeiros a fim de trazer a Jerusalém a água de uma nascente afastada, Josefo diz magistralmente:
     “Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia podemos considerá-lo simplesmente como um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade, e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito, e que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, que o vemos ainda hoje, tiraram o seu nome.” (Tradução do Pe. Vicente Pedroso. Editora das Américas. 1º parte. 5º volume. São Paulo.1956).
     Devido à magnitude destas afirmações, alguns críticos, em sua incredulidade, têm relutado em aceitar este texto de Flávio Josefo como totalmente de sua autoria, afirmando que ele foi retocado por algum cristão primitivo. O termo que se usa para isto é interpolação, ou seja: segundo esses críticos incrédulos, teriam sido acrescentadas às palavras de Josefo – precisamente as que estão italizadas por nós – várias palavras que, segundo os críticos, não existiam no texto original.

     Os inimigos de Jesus Cristo e do Cristianismo afirmam isto por não acreditarem que um judeu fosse capaz de fazer declarações tão belas e contrárias ao espírito da política e da religião judaica, conforme Josefo fez.
     Porém, eruditos e sábios cristãos como Harnack, C. Burkitt e Emery Barnes, após longos e minuciosos estudos estilísticos e filológicos das Antiguidades, provaram que o texto de Josefo sobre Jesus é autêntico em sua totalidade.

JOSEFO FALA SOBRE JOÃO BATISTA
     Outra referência de fundamental importância para se provar a autenticidade dos relatos dos evangelistas quanto à existência de Jesus também nos foi deixada por Flávio Josefo. Trata-se da confirmação histórica da existência de alguém que representou um importante papel na vida de Jesus, tendo sido, inclusive, seu precursor (João 3.28): João Batista!    
     Após falar sobre o caso de adultério envolvendo Herodes e Herodias, mulher do irmão de Herodes (veja Lucas 3.19,20), Josefo mostra como esse adultério contribuiu para o início de uma guerra, durante a qual o exército herodiano foi completamente derrotado.
     É nesse trecho da narrativa que Josefo fala acerca de João Batista, e com isso fornece-nos mais uma confirmação da verdade histórica dos tempos de Jesus, e, consequentemente, da existência do nosso Salvador. Eis o texto de Josefo:
     “Vários julgaram que aquela derrota do exército de Herodes era um castigo de Deus, por causa de João, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade, que exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a justiça e a receber o batismo, depois de se terem tornado agradáveis a Deus, não se contentando em só não cometer pecados, mas unindo a pureza do corpo à pureza da alma. Assim como uma grande multidão de povo o seguia para ouvir a sua doutrina, Herodes, temendo que o poder que ele tinha sobre eles viesse a suscitar alguma rebelião, porque eles estavam sempre prontos a fazer o que ele lhes ordenasse, julgou dever prevenir o mal para não ter motivo de se arrepender por ter esperado muito para remediá-lo. Por esse motivo mandou prendê-lo numa fortaleza de Maquera, de que acabamos de falar, decapitando-o em seguida, e os judeus atribuíram essa derrota de seu exército a um castigo de Deus por um ato tão injusto.” (Antiguidades Judaicas. Livro XVIII. Capítulo VII. Parágrafo 781).
REFERÊNCIAS HISTÓRICAS SOBRE JESUS NO TALMUDE
      A segunda grande fonte de origem judaica que confirma a existência histórica de Jesus fora da Bíblia é o Talmude – coleção de doutrinas e comentários acerca da lei, elaborada a partir do primeiro século da Era Cristã, por rabinos que aproveitaram a “tradição dos anciãos” que vinha sendo transmitida verbalmente pelos judeus, de geração em geração. Em meio a esses escritos rabínicos, existem várias referências a Jesus.
     Sendo a codificação tardia de tradições e de fatos, de interpretações e sentenças sobre a lei, além de incluir as discussões apaixonadas de muitos rabinos, o Talmude, tanto na sua edição de Jerusalém, como na de Babilônia, faz muitas referências a Jesus, tratando-o, porém, quase sempre com preconceitos, mentiras ou hostilidades.
     Todavia, apesar de todos esses sentimentos contra o nosso Salvador, o judaísmo, a partir do nascimento de Jesus Cristo, sempre reconheceu sua existência histórica. Embora falando mal de Jesus, os rabinos, cujos escritos foram reunidos no Talmude, confirmam, direta ou indiretamente, que Jesus Cristo existiu, pregou sua mensagem, confessou ser Deus e por isso foi condenado à morte.
     No Tratado do Sinédrio, número 43.a (uma das partes que compõem o Talmude), existe uma referência aos “atos de encantamento de Jesus” (alusão aos milagres por Ele realizados), e à sua crucificação na vigília da Páscoa. (O filósofo francês Voltaire certamente não conhecia esta passagem do Talmude).

      Porém, a mais famosa dessas referências rabínicas a Jesus Cristo está ligada ao nome de Eliezer ben Hyrcanos, um dos mais ilustres rabinos entre os tanains. (Esses tanains eram doutores na Lei e sucessores dos fariseus. Surgiram em Jerusalém no final do 1º século da Era Cristã).
     Certa vez o rabino Eliezer foi preso sob a acusação de heresia. Depois de haver passado alguns dias na prisão, libertaram-no. No caminho de volta para sua casa, Eliezer encontrou-se com seu amigo Akiba, e este, que estava mais ou menos informado sobre o caso, quis saber mais detalhes sobre o motivo de sua prisão. Eis como o Talmude registra o diálogo:
     “Mestre, tu deves ter ouvido uma palavra de minuth (heresia); essa palavra deu-te prazer, e foi por isso que foste preso. Ele (Eliezer) respondeu: Akiba, tu fizeste-me recordar o que se passou. Um dia que eu percorria o mercado de Séforis, encontrei lá um dos discípulos de Jesus de Nazaré; Tiago de Kefar Sehanya era o seu nome. Ele disse-me: Está escrito na vossa lei (Deuteronômio 23.18): ‘Não trarás salário de prostituição nem preço de sodomita à casa do Senhor teu Deus por qualquer voto...’ Que fazer dele? Será permitido usá-lo para construir uma latrina para o Sumo Sacerdote? E eu não respondi nada. Disse-me ele: Jesus de Nazaré ensinou-me isto: o que vem de uma prostituta, volte à prostituta; o que vem de um lugar de imundícies, volte ao lugar de imundícies.’ Esta palavra agradou-me, e foi por tê-la elogiado que fui preso como Minuth (herege).” (Citado por Jaques de Bivort, no livro Deus, o Homem e o Universo. Livraria Torres Martins. Porto. 1957. p.388).
      Estas são as referências judaicas sobre a existência histórica do Filho de Deus. Existem outras deixadas por escritores romanos, gregos e siríacos. totalizando 11 fontes extra-bíblicas que confirmam a existência histórica de Jesus.
Jefferson Magno Costa

sábado, 18 de dezembro de 2010

O JESUS DO NATAL DE TODOS E DE SEMPRE

Jefferson Magno Costa

O MESSIAS
Jônathas Braga PE(1908-1978)


Da raiz de Jessé subiu a vara
Que havia de dar sombra ao mundo inteiro,
E desfraldar o lábaro altaneiro
Da verdade que o mundo rejeitara.

Em igualdade numa vida rara,
O lobo andará junto do cordeiro
E, em fraternal convívio verdadeiro,
A ursa e a vaca estarão na mesma seara.

Pois o renovo que subiu da terra
Todo o poder nas suas mãos encerra
E há de mudar as coisas de uma vez.

Porque ele há de ser grande entre os maiores,
Sendo o Senhor de todos os senhores,
E entre os reis do universo, o Rei dos reis.

NASCIMENTO
Heli Menegale MG(1903-1969)

Os humildes zagais sobre a montanha
Dormem. Na calma noite constelada,
A lua de alva luz a terra banha.
Nem um rumor, nem um cicio, nada.

O armento que de dia os acompanha,
Manso, repousa à espera da alvorada.
Mas, a uma luz, a uma harmonia estranha,
Ergue-se a pobre gente alvoroçada.

São anjos, são arcanjos clarinando,
São serafins e querubins cantando,
Cercados de divina claridade,

Horda que aos pegureiros anuncia
Ter, na simpleza de uma estrebaria,
Nascido o Redentor da Humanidade!

JESUS
Anderson Braga Horta  MG(1934- )


Noite clara em Belém. Canta em surdina
o luar no firmamento constelado.
Natal – noite de luz, noite divina.
Cristo – um lírio na treva do pecado.

Brilha agora, no céu da Palestina,
meigo, intenso clarão abençoado:
do espaço, a estrela aos simples ilumina
o berço do Senhor recém-chegado.

Os reis magos e os cândidos pastores
dão-lhe incenso, ouro e mirra, hinos e flores...
e o Menino, alegrando-se, sorria...

José fitava o céu, todo ventura.
E as estrelas, chorando de ternura,
cintilavam nos olhos de Maria.

AO NASCIMENTO DE CRISTO
Manuel Botelho de Oliveira BA(1636 – 1711)


Nasce o Verbo em Belém, pobre, humilhado,
Sendo supremo rei de toda a Terra,
E no corpo pequeno e breve encerra
Do seu divino ser, o imenso estado.

Naquela idade se prepara armado
Contra o inferno imortal que almas encerra;
E ao soberbo Lusbel movendo guerra
Por humildade o vê mais alentado.

Os demônios cruéis todos se espantam;
Chora e treme de frio o Verbo eterno;
Os anjos com voz doce nos encantam.

De sorte que o menino e Deus superno
Chora, porém de gosto os anjos cantam;
Treme, porém de medo treme o inferno.

NATAL
Olavo Bilac RJ(1865 – 1918)


No ermo agreste, da noite e do presepe, um hino
De esperança pressaga enchia o céu, com o vento...
As árvores: “Serás o sol e o orvalho!” E o armento:
“Terás a glória!” E o luar: “Vencerás o destino!”

E o pão: “Darás o pão da terra e o pão divino!”
E a água: “Trarás alívio ao mártir e ao sedento!”
E a palha: “Dobrarás a cerviz do opulento!”
E o teto: “Elevarás do opróbrio o pequenino!”

E os reis: “Rei, no teu reino, entrarás entre Palmas!”
E os pastores: “Pastor, chamarás os eleitos!”
E a estrela: “Brilharás, como Deus, sobre as almas!”

Muda e humilde, porém, Maria, como escrava,
Tinha os olhos na terra em lágrimas desfeitos:
Sendo pobre, temia; e, sendo mãe, chorava.

JESUS ENTRE AS CRIANÇAS
Antônio Tomás (1868 – 1941)

Amo-Te, ó Cristo, ao ver as Madalenas
humildes, curvas aos teus pés, chorosas;
louvo-te ao ver as vagas procelosas
te obedecerem, calmas e serenas.

Eu admiro-te, pasmo, quando ordenas
às legiões satânicas, raivosas;
das turbas que a ti correm pressurosas,
eu te bendigo, consolando as penas.

Venero-te fazendo tantas curas,
e arrebatando a presa às sepulturas
com simples gesto destas mãos divinas.

Enfim te adoro ao ver-te agasalhando,
Sobre os joelhos, o formoso bando
destas cabeças louras, pequeninas.


Jefferson Magno Costa

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA..."

 Uma das mais sérias doenças do caráter é a inconstância. Ela é o oposto da perseverança. O inconstante é aquele que começa a fazer uma, duas, três, quatro coisas, uma após a outra, e não termina nenhuma. Está sempre dando início ao que ele denomina de "um grande projeto”, uma grande obra, mas logo os abandona. Você certamente conhece alguém assim.
     Conta-se que um fazendeiro mandou cavar um longo túnel em uma das montanhas existentes em suas terras, por ter descoberto sinais de que ali existia ouro. Após muito dinheiro gasto, o fazendeiro desistiu das escavações. Para recuperar o dinheiro empregado nas obras, vendeu a fazenda a outro fazendeiro, seu vizinho. O novo dono deu continuidade às escavações dentro do túnel: após avançar um metro, encontrou ouro em abundância.
Quantas pessoas chegam a um metro de distância da vitória, mas desanimam. Quantas desistem após terem iniciado os estudos, a carreira profissional, os esforços que os levariam ao sucesso. Se tivessem persistido um pouco mais, teriam alcançado o êxito, o domínio de uma profissão, a aprovação nos testes, o conhecimento completo de matérias escolares, a conclusão de um trabalho, o diploma, a vitória. Concentração em um único objetivo, força de vontade, perseverança: é disto que muitas pessoas necessitam para vencer na vida.

COMECE DECIDIDAMENTE E CONTINUE ATÉ O FIM
 Você já imaginou o que teria acontecido a Josué e a Calebe se eles também se tivessem acovardado, como o fizeram os dez outros homens que haviam sido enviados como espias à Terra Prometida? (Leia a história deles em Números 13.1-35). Não teriam entrado na terra pela qual haviam trabalhado e lutado tanto. Teriam sido contados com os outros que, por não terem perseverado no propósito para o qual haviam sido tirados do Egito, foram condenados a morrer no deserto.
Quando você começar a realizar alguma coisa (uma tarefa, o estudo de um determinado assunto, uma atividade que exija esforço físico), comece-a com a certeza de que vai conclui-la. Não admita em momento algum a possibilidade da desistência, pois isso pode significar o fracasso. Siga em frente com energia e constância.
     O escritor norte-americano Hernest Hemingway dava aos escritores mais jovens o seguinte conselho: “Lembre-se sempre de evitar meia-medida. Mire aquilo que quer e pegue-o. Morra se for preciso. Esse é o único modo de se ser um vencedor.”

PROMESSAS DE JESUS AOS VITORIOSOS
Não basta começar bem; é necessário continuar até o fim. Só os que perseverarem triunfarão. “A coroa de louros somente coroará frontes feridas”, diziam os antigos atletas gregos. O último livro da Bíblia, o Apocalipse, está repleto do início ao fim de promessas aos vencedores. A condição para se receber todas aquelas promessas é a perseverança. Eis o que o próprio Jesus promete aos vencedores:
     Apocalipse 2.7: “Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”; Apocalipse 2.11: “O que vencer não receberá o dano da segunda morte”; Apocalipse 2.17: “Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe”; Apocalipse 2.26: “E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações”; Apocalipse 3.5: “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”; Apocalipse 3.12: “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”; Apocalipse 3.21: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei como meu Pai no seu trono”; Apocalipse 21.7: “Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”.
     Ninguém consegue fazer nada de grande na vida sem concentrar nisto todos os seus recursos, sem manter um esforço persistente, contínuo. O escritor francês José de Maistre dizia que “não existem meios fáceis de aprender coisas ou executar tarefas difíceis; o único método é fechar a porta, avisar que se está ausente e trabalhar.”
Além da inconstância, inimiga número um da perseverança, existe outra palavra que caracteriza a maioria das pessoas de hoje: é a dispersão.
     Este é o principal defeito de quem não aprendeu ainda a se concentrar em um único objetivo, até alcançá-lo. Quem faz uma só coisa de cada vez produz mais do que a pessoa que tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo, pois dificilmente esta última concluirá alguma das várias tarefas que começou.

MIRE UM ALVO DE CADA VEZ
O segredo para se alcançar o sucesso sempre foi enfrentar os desafios isoladamente, um de cada vez. O fundamental é você saber realmente o que quer, e entregar-se a esse objetivo de corpo e alma, como se costuma dizer. Ou seja: Com toda inteligência, tempo e energias que Deus lhe deu. Só assim você conseguirá evitar o desperdício de tempo por não ter um alvo definido, força de vontade e determinação.
     E também seja humilde; queira uma coisa de cada vez. Existem muitas pessoas por aí que pensam poder ocupar-se de muitos projetos ao mesmo tempo. Acham que têm capacidade de iniciar uma imensa e diversificada quantidade de estudos ou trabalho de uma só vez. Porém, o que ocorrerá na vida de tais pessoas é a dispersão de atenção, o desperdício de energias e a descoberta de que não conseguirão realizar coisa alguma.
Só aqueles que são rigorosamente determinados é que triunfarão. Seja uma pessoa de uma só idéia, de um só propósito, perseguindo um só objetivo de cada vez, e todos os seus estudos, tempo, inteligência, criatividade e energias convergirão numa única direção, para um mesmo fim: a vitória!
Não se esqueça que o esforço contínuo fortalece a vontade e invade o território do impossível. Se você se esforça em aprender algo, em executar determinada tarefa, tornar-se-á cada vez mais decidido e perseverante à medida que for avançando. Só através do esforço e da perseverança em tudo o que se faz na vida é que se alcança a vitória.
     Enquanto os preguiçosos e inconstantes arrastam uma existência marcada por sentimentos mesquinhos de inveja e fracasso, os perseverantes e enérgicos escapam dessa tenebrosa atmosfera de derrota, voando nas asas dos grandes ideais. Seja um deles.
     As instituições que registram patentes de invenções estão entulhadas de trabalhos inacabados. Os que iniciaram esses inventos não tiveram a paciência de dar-lhes os últimos retoques. Se tivessem sido um pouquinho mais perseverantes... Bastaria ter corrigido uma pequena falha, alterado uma fórmula, trocado uma peça, modificado um detalhe. Isto, e tão-somente isto tornaria essas inúteis “quase-invenções” em invenções perfeitas e utilizáveis.

SEJA HUMILDE: RECOMECE
Tão importante quanto saber começar e saber continuar, é saber recomeçar. Muitos, alguns dias após terem iniciado um projeto entusiasmadamente, passam a sentir o peso de ter que reiniciar a mesma tarefa todos os dias, e aquilo que para eles era inicialmente motivo de satisfação, torna-se pouco a pouco motivo de aborrecimento. Passam a achar monótono e chato aquilo que estão realizando.
     A única solução para quem age assim é renovar todos os dias os bons propósitos que o levaram a iniciar essa tarefa, e agarrar-se ao trabalho com afinco, tendo a certeza de que elegeu a melhor e mais conveniente atividade para essa fase da sua vida.
     O grande romancista inglês Charles Dickens dizia que “a maioria das pessoas está muito mais preparada para um grande esforço do que para uma longa perseverança.” Difícil mesmo não é começar bem, e sim continuar bem, e renovar a cada dia os bons propósitos.
     Eis como um velho professor, em sua palestra de despedida antes de ir para casa aposentado, aconselhou os seus alunos: “Moços, sejam perseverantes; não desanimem nunca. Um cego que jamais desistisse conseguiria enfiar uma linha no fundo de uma agulha. A dificuldade na vida não está em se fazer um esforço, e sim em fazer esse mesmo esforço constantemente. Querer fortemente, querer constantemente, eis a condição fundamental para o sucesso.”

"...TANTO BATE ATÉ QUE FURA"
Portanto, quando você começar a realizar algo, jamais desista na metade do caminho. Não permita que alguma coisa o leve a abandonar aquilo que começou a fazer, sem antes o ter concluído. Este é um dos segredos de todos os que têm triunfado na vida. Faça suas estas palavras do apóstolo Paulo: “Irmãos, não julgo que o haja alcançado. Mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.13,14).
Jefferson Magno Costa

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